Clube da Dona Menô
Dona Menô

A origem da cesárea

Breve histórico

Dizia Plínio que a cirurgia teria sido assim denominada para homenagear o imperador Julio César, que nasceu de uma cesariana (100 AC). Não procede a informação, uma vez que desde 700 AC só se retirava um bebê do ventre da mãe caso ela tivesse morrido (um costume antes do enterro ou para salvar a criança viva), e a mãe de César viveu por muitos anos após o parto. A bem da verdade, civilizações bem mais antigas, como as dos egípcios, tinham a mesma conduta.

O nome César é de origem etrusca, significando divindade, justamente o poder que os imperadores almejavam para dominar seu povo.

A palavra cesárea vem do verbo latino caedo, caesum, caedere, equivalendo ao grego témno, que quer dizer cortar, e de caesura, que significa corte. Escreve-se cesárea ou parto cesárea com a letra “e”, sendo que cesária significa um instrumento de corte usado em encadernação, mais conhecido como crisalha. Entretanto, por questão ortográfica, cesariana se escreve com a letra i.

A primeira cesariana com mãe viva foi realizada em 1500 por Jacob, na Suíça, um castrador de porcas, que realizou esta operação em sua esposa numa emergência, a qual sobreviveu. A partir de então cirurgiões barbeiros passaram a usar o método.

Até o século XVII estas cirurgias, como outras, eram realizadas oferecendo-se ao doente extratos de plantas sedativas (como o ópio, por exemplo) e álcool. A partir de então foi aplicado o uso o dióxido de nitrogênio (o gás hilariante), e no século XVIII começou a ser  usado o éter, através de inalação.

Logo a seguir o éter foi substituído pelo clorofórmio, mas ao longo dos anos agentes anestésicos cada vez mais específicos foram sintetizados e hoje, além de usá-los em anestesia geral, também recorremos à anestesia peridural e raquidiana, dependendo do evento cirúrgico.

Imaginem, portanto, o risco e o sofrimento de um paciente nos primórdios da medicina...

Leila Marinho Lage
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