Clube da Dona Menô
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Duas máscaras, duas poesias
Formatação de Leila Marinho Lage

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A máscara
(Augusto dos Anjos)

Eu sei que há muito pranto na existência,
Dores que ferem corações de pedra,
E onde a vida borbulha e o sangue medra,
Aí existe a mágoa em sua essência. 

No delírio, porém, da febre ardente
Da ventura fugaz e transitória
O peito rompe a capa tormentória
Para sorrindo palpitar contente.

Assim a turba inconsciente passa,
Muitos que esgotam do prazer a taça
Sentem no peito a dor indefinida.

E entre a mágoa que masc’ra eterna apouca
A humanidade ri-se e ri-se louca
No carnaval intérmino da vida.

Depus a máscara e vi-me ao espelho
(Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa)

Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
  
Era a criança de há quantos anos.  
Não tinha mudado nada...  
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.  
É-se sempre a criança,  
O passado que foi  
A criança.  
Depus a máscara, e tornei a pô-la.  
Assim é melhor,  
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como
a um términus de linha.