Clube da Dona Menô
Dona Menô

Tudo ao mesmo tempo agora

Eu ia fazer uma crônica sobre o mais novo trabalho que faço. Aliás, faço vários trabalhos ao mesmo tempo... Farei mistério sobre ele, mas tem a ver com a frase do título. Desvirtuando meu caminho, resolvi escrever subitamente sobre outra situação exótica da minha vida. Escolhi Eduardo le Masson, que simbolizará alguns amigos (como ele o é) que tenho nos bastidores da minha vida.

Estou me preparando para uma palestra no dia 27, uma palestraça (Não existe panelaço? Então...). Para isso, eu tive que decidir a hora e esta hora é agora. Já tinha desistido de fazer palestras. Por várias ocasiões pessoas negativas atrapalharam meu caminho, mas a pessoa mais negativa que tive comigo era eu mesma, que não entendia que a gente não pode se deixar abater por outras mais negativas ainda.



Vamos retrospectivamente aos acontecimentos e situações:

Há uns 19 anos eu conheci Flávio Bueno. Ele era marido de Rosângela, que estava grávida e eu ia fazer o seu bebê nascer. Eu odiei Flávio assim que o vi no consultório. Era muito parecido comigo...

Bem, para encurtar a história, ele teve seus três filhos amparados pelas minhas mãos. Um deles, de um outro casamento, que por sinal, foi com uma sobrinha - porque ele dizia que queria ser meu parente...

Como ele era, além de outras profissões, cinegrafista, já de longa data, aproveitei seus serviços para vários trabalhos ao longo destes anos. Já andamos por muitas estradas; já fomos até presos num metrô por filmarmos ilegalmente. A gente tem matéria para artigos lindos que só me falta chorar ao ver as filmagens (precárias na ocasião). Se existem aventuras, nós tivemos muitas e jamais conseguirei passar aqui neste texto, pois quero falar de uma nova geração.
Através de Flávio conheci André seu cunhado (conheci menino) e Eduardo, que conheci recentemente. André Vasconcellos ficou homem feito e corre de um lado para outro para colocar sua produtora áudio-visual no topo, conseguindo trabalhos e melhorando cada vez mais a qualidade de seus serviços para seus clientes.



Eu só queria gravar de novo “Baú de retratos” e a minha peça teatral, poxa... Num áudio decente, para esta palestra, que será no auditório do Jornal O dia. Só isso! Mas eu vi que podia fazer outras coisas... Esta foi a minha felicidade e o karma de Eduardo, sócio de André, que ficou de stand by pra mim...

Tentei gravar uma apresentação nova para meu site. Minha cara ficou uma m.... Eu tenho tido olheiras: não só por farra, mas por muito trabalho.

Flávio me filmou. Mesmo sendo excelente, e tendo um convívio comigo de até saber o que penso, eu não consegui fazer direito. Eu não estava bem. Depois de ele ficar sem dormir, mandei jogar a filmagem toda no lixo... Aliás, ele não nega trabalho. Se eu o chamo, a qualquer hora ele está pronto, mesmo que não tenha dormido, após ter trabalhado em algum evento. Ele diz: “Você fez meus filhos nascerem, portanto...”. Caramba! Eu já estou devendo a ele muitos partos!

Deixei Flávio de lado nos últimos dias e fui direto na lha de edição de André, tendo maior contato com Eduardo, que entra agora nesta gangue meio doida.



O último diálogo com ele ao telefone foi assim:

- Eduardo, o áudio do Bernard ficou com uma falha e preciso enxertar uma fala nele.
- Leila, estou muito longe do Rio...
- Não tem problema, eu espero você chegar. Quanto tempo leva?....
- Leila, é domingo de Páscoa...
- Ah, tá! Feliz Páscoa! Que horas chega???
- Leilinha, pensei que uma mulher na menopausa ficasse mais zen...
- Ah, meu filho, eu menstruei este mês....
- Demora muito pra chegar?
- A menô??? Um ano...
- Coitado de mim..
- Coitado nada! Se pensa que eu vou parar por causa da idade tá enganado!

Bem, lá veio Eduardo de viagem. Pensei que ia chegar de carro ou de táxi, mas ele chegou de bicicleta, todo suadão. Ele diz que aproveita minhas solicitações repentinas para reativar seus treinos, pois praticava ciclismo e otras cositas até bem pouco tempo.
 
Agora vai ser pai e depois de ter enfiado a cabeça no chão e ter tido umas coisas estranhas, resolveu ser produtor áudio-visual apenas... André e Eduardo trabalham na Ultra Produções em Audiovisual.
 
A gente se entende muito bem. Não precisamos nem falar. Até um olhar, um balbuciar de um “não” diz o que pensamos. Não que ele faça o que eu quero, em absoluto, mas, realmente, se seu tivesse um filho homem, seria como ele.



Editar sons, gravar áudios, tentar a imagem perfeita, o lance perfeito não adianta nem falar aqui, pois só quem vive neste meio sabe a dificuldade, ainda mais tendo um dia todo de trabalhos outros nas costas.

Hoje foi o dia de regravar a frase “O dragão do ar que reapareceu” e pronunciar corretamente o nome do autor do texto que gravei: “Bernard Gontier”, na crônica “Leitura para maiores de 40 anos”. Bernard escreve (Ô, nome difícil de se pronunciar num áudio!), é cantor, compositor e tem duas páginas: Recanto das Letras e Lindos Brasileiros, um projeto em acabamento, mas excelente. 

Falei mil vezes “o dragão do mar” e o nome de Bernard. Gente, ser pobre não é uma m... Ser burro, sim. Quanto ao dragão do mar, tudo bem, que era um  trecho da música de João Bosco. O autor do texto não gostou que eu a cantarolasse... Ele falou: “Isso dá uma quebra no texto!”. Lembrei de meu texto “Meu nome é Keila” (no site, em Meus Devaneios) e descobri que ninguém MESMO gosta de minha voz, pelo menos cantando... Tenho dois traumas na vida: não saber cantar e não saber sambar com a bunda pra trás. Terei que me contentar em escrever crônicas, fazer pps e cortar pessoas...

Não entenderam direito nada, né? Sem problemas, pois falarei no futuro sobre cada pessoinha, as quais escrevi aqui - em detalhes - e outras, também muito amadas por sinal, que estão nos bastidores deste meu caminho.

Deixem a tal palestra acontecer que eu volto com a corda toda, cheia de novidades. Apesar de querer tudo ao mesmo tempo agora, eu tenho ainda algum tempo pra contar minhas histórias.

Leila Marinho Lage
Rio de Janeiro que continua lindo, 23 de março de 2008
http://www.clubedadonameno.com