Clube da Dona Menô
Dona Menô


Gostoso demais
Por Leila Marinho Lage

Quando aquela pessoa é para nossa vida algo especial,
posso dizer que isso é GOSTOSO demais.
Aquele telefonema inesperado só pra dizer "Quis ouvir tua voz",
"Estou com problemas e precisava te ouvir"
- Isso é GOSTOSO.

Naquele dia quando se conversa sobre coisas tão banais,
mas que ficam eternamente gravadas em nossas lembranças,
momentos de pura empatia, isso não é bom:
É GOSTOSO.

Quando a gente se dá conta de que somente aquela pessoa amada
nos faz feliz e nos alivia o peso da vida,
isso é além de GOSTOSO.

Ao nos encontrar e somente o olhar
for cúmplice de nossos desejos,
isso passa de GOSTOSO.

Gostar de coisas diferentes ou coisas semelhantes;
detestar aquelas manias,
mas as tolerar por simples falta de argumentos;
rir das bobagens e chorar pelas histórias do passado;
compartilhar com carinho os dramas do presente;
compartilhar a alegria das metas alcançadas;
sentir que não se está só;
brincar como criança,
até mesmo de fazer cócegas;
ter sua mão quente na minha na hora da dor,
é ESTAR GOSTOSO.

GOSTOSO é ser companhia e apoio,
quando tantas outras pessoas deveriam ser e não são;
GOSTOSO é ter nada pra dar, mas se desdobrar pra algo dar;
GOSTOSO é se saber amado, querido, admirado, respeitado,
lembrado, até nos mínimos detalhes, é "fazer parte de" -
da vida, da alma, dos anseios,
da espera e da esperança,
do provável e possível, do absolutamente impossível,
do presente, ou do passado, ou do amanhã,
das discussões e do perdão,
das teatrais demonstrações de amor e paixão,
da simplicidade de uma aceitação dita com um leve sorriso,
do silêncio revelador de tantas palavras,
que embora não ditas, são adivinhadas.

GOSTOSO é ser assim,
é se sentir assim,
saber-se assim,
conhecer assim,
descobrir-se assim,
e perceber que em nenhuma linha
eu lembrei ou precisei falar de sexo.

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