Clube da Dona Menô
Dona Menô
ANGRA 



Mostro como ficou um dos lugares mais atingidos pelo "dilúvio" que aconteceu nos dias 30 e 31 de dezembro de 2009. Muitas cidades no sudeste brasileiro ficaram em baixo das águas.

Esta foto foi tirada  no início de 2011, um ano depois de uma tempestade. Aqui é um trecho da ilha Grande, que faz parte do município de Angra dos Reis, na costa verde.  O solo deslizou e soterrou várias pessoas hospedadas numa pousada. Podem dimensionar a grandiosidade do ocorrido e como somos formigas diante da natureza. Só na ilha Grande dezenas de pessoas morreram, mas foram centenas no Estado todo.



No dia 11 de janeiro de 2011 nova calamidade aconteceu - e ao longo dos dias continuou acontecendo. Talvez a maior tragédia climática de todos os tempos. Desta vez, a região serrana do Rio foi a mais afetada, incluindo várias cidades, como Teresópolis e Nova Friburgo. Foram mais de 890 mortos, centenas de desaparecidos e milhares de desabrigados.

Por décadas acontece a mesma coisa. Pelo que sei, a massa úmida vinda da Amazônia se choca com os céus do sudeste brasileiro e as chuvas caem torrencialmente. As maiores vítimas são as pessoas que ocupam irregularmente o solo. Não são somente pessoas que moram em favelas que são as vítimas, pois até mansões foram arrastadas. O desenvolvimento desenfreado, a pavimentação do solo, a falta de inteligência nos projetos de engenharia e o desmatamento não sustentado são os grandes fatores que fazem se repetir todos os anos as mesmas lamentáveis notícias.



O solo sedimentar do Rio tem naturalmente o comportamento de se deslocar quando encharcado. As matas estão sendo destruídas, então perde-se a contenção natural da chuva. Nas cidades desenvolvidas cada vez menos encontramos árvores e terra. O solo vira concreto e as águas correm freneticamente, arrastando e alagando tudo.

Seria impossível, a curto prazo, uma solução para isso, mas é urgente a construção de canais, como também se faz urgente uma séria fiscalização das obras através dos órgãos competentes.

Artigo e fotos
Leila Marinho Lage
Janeiro/ Fevereiro de 2011

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