Clube da Dona Menô
Dona Menô
 
Poema com minha cara
(Intertexto)
Baseado no poema de Carlos Drummond de Andrade “Poema das Sete Faces”)

 
Quando eu nasci, um obstetra
Desses que não se encontram mais
Gritou: salvemos a mãe que a criança se safará de teimosa
As praias abrigam os cansados
Que correm atrás de paz
A manhãzinha seria dourada
Se não fossem tantos dejetos
O ônibus via cheio de bundas
Bundas de toda cor
Pra que tanta bunda, meu Deus?!
Eu me pergunto...
Mas meus olhos estão cansados de ver bunda.

A mulher atrás dos óculos e da câmera fotográfica
É brincalhona
Adora escrever
Fraca, porém, com as maldades do mundo
 Ainda bem que tem muitos amigos...
Meu Deus, mesmo fraca, protege minhas doideiras
Elas me fazem sobreviver
Ao meu mundo, tão pequeno mundo
Que só é vasto
Porque na rima
A ti devo tudo

Eu também não devia,
Mas vou dizer:
Este amanhecer
Não me comove
Ele só me transforma em anjo
 
Leila Marinho Lage
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